AROMAPOETRY ( AROMAPOESIA ) – ARTE-CIÊNCIA-POESIA
na poesia visual de EDUARDO KAC
Aromapoetry é um novo tipo de poesia em que a unidade de composição (o poema) é composta de cheiros. O poeta "escreve" os cheiros ao conceber o poema como uma experiência olfativa, empregando procedimentos químicos múltiplos para alcançar seus objetivos poéticos. Nem é preciso dizer que, como em qualquer tipo de poesia, o leitor é um participante ativo que interpreta e, portanto, atribui o seu significado próprio para o poema além das motivações originais do escritor.
Eduardo Kac compôs os doze poemas em Aromapoetry, de modo a fornecer ao leitor um amplo campo de experiências aromáticas. Os títulos simultaneamente delineiam e inauguram a esfera semântica de cada obra. Cada poema é uma composição distinta e independente. Ao mesmo tempo, o livro tem um ritmo interno dinâmico, produzido através da alternância de cheiros diferentes ou contrastantes.
Qualquer poema no livro emprega nanotecnologia, vinculando uma camada extremamente fina de vidro poroso (200 nanômetros de espessura) em cada página, prendendo os odores (ou seja, as moléculas voláteis) e liberando-os muito lentamente.
Sem esta nanotecnologia, as fragrâncias poderiam se dissipar rapidamente e os cheiros não poderiam ser experimentados depois de alguns dias. Para assegurar a longevidade ainda maior, um conjunto de pequenos frascos está integrado no livro, permitindo ao leitor recarregar cada página individualmente. Com um olho no futuro distante, o sumário do livro apresenta as moléculas utilizadas na produção de cada poema.
(Texto extraído de http://noholodeck.blogspot.com/2011/11/eduardo-kac-aromapoetry-um-livro-para.html
Ver também:
POESIA VISUAL / Organização Alberto Saraiva. Rio de Janeiro: Oi Futuro, 2013. (Coleção Arte e Tecnologia, 73) ISBN 978-85-64609-31-7 – 978-85-99247-31-0) Ex. bibl. Antonio Miranda
[Texto de Eduardo Kac sobre BIOPOESIA: P. P. 40-42)
“Aromapoetry é uma nova forma poética na qual a unidade composicional (o poema) é composta de odores. O poeta “escreve” os odores concebendo o poema como uma experiência olfativa e então emprega vários procedimentos químicos para atingir seus objetivos. Como em qualquer tipo de poesia, o leitor é um participante ativo que interpreta e, assim, outorga sentido ao poema para além das motivações originais do poeta.
Em meu livro Aromapoesia, o primeiro a ser escrito exclusivamente com aromas, leitores encontram doze aeropoemas com variada estrutura material e ressonância semântica. Compus alguns de meus aromapoemas com apenas uma ou duas moléculas, mas a maioria composta com dezenas de moléculas. Em alguns casos, o único poema tem diferentes zonas olfativas na página — cada zona sendo composta de dezenas de moléculas. Em outras palavras, o nível de complexidade molecular em Aromapoesia varia do simples ao extremamente complexo.
Compus os doze poemas em Aromapoesia com o intuito de oferecer ao leitor ampla gama de experiências odoríficas. Os títulos simultaneamente delineiam e expandem a esfera semântica de cada obra. Cada poema é uma obra distinta e autocontida. O livro tem ao mesmo tempo um ritmo interno particular produzido pela alternância entre aromas distintos e contraditórios.
Cada poema do livro Aromapoesia emprega nanotecnologia para aderir uma camada extremamente fina de vidro poroso (com 200 nanômetros de espessura) a cada página, assim contendo os odorantes (i.e., as moléculas voláteis) e as soltando lentamente. Sem essa nanotecnologia, as fragrâncias se dissipariam rapidamente e em poucos dias os aromas já não mais poderiam ser sentidos. Para garantir ainda maior longevidade, integra o livro um conjunto de frascos com as composições em estado líquido, permitindo ao leitor recarregar cada página individualmente. Visando a um futuro ainda longínquo, o sumário do livro apresenta, em vez de títulos, moléculas fundamentais na produção de cada poema.
Aromapoesia é um livro escrito para ser lido com o nariz.
Video no Youtube: https://www.youtube.com/watch?time_continue=20&v=9EJCmxVHQ5g
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